ESPORTE - Kleberson, um gênio na arte de não dizer nada

A entrevista coletiva de Kleberson, domingo, em Curitiba, expôs mais uma vez um jogador tímido, com português limitado, dificuldades de articular ideias originais e temeroso de emitir qualquer opinião – um gênio, enfim, na arte de falar, falar e não dizer nada.
É um perfil surpreendente para um jogador de 31 anos, a completar em junho, campeão mundial com a seleção de 2002, experiência na elite do futebol mundial (duas temporadas no Manchester United) e também no time de maior torcida do país, o Flamengo, onde atua desde 2008.
Compreende-se que jovens talentos do futebol brasileiro apresentem estas dificuldades, ligadas a deficiências na formação básica que receberam ou ao medo de se comprometerem. Mas era de se esperar que Kleberson, a esta altura da sua vitoriosa carreira, fosse capaz de dizer algo mais do que falou na
entrevista aos 300 jornalistas que seguem a seleção em Curitiba.
Alguém poderá dizer que a culpa é dos jornalistas, que fazem sempre as mesmas perguntas. Neste domingo, houve de tudo – algumas perguntas óbvias e outras feitas apenas para bajular o jogador, como sempre acontece, mas também ouvi várias indagações pertinentes e criativas. Independentemente do nível das perguntas, as respostas foram todas sem sal, como o leitor pode ver nesta seleção de frases:


Estou aqui para ajudar no que for possível” (falando do que espera na seleção).
“Trabalhei muito para conquistar a confiança do treinador e vou aproveitar isso, tenho condições de ajudar” (em resposta a uma pergunta sobre a sua má fase e a de seu time, o Flamengo).

“Cada um tem a sua filosofia de trabalho” (quando indagado sobre as diferenças de estilo entre Felipão e Dunga).

Eu não sou porta-voz de notícia alguma” (em resposta sobre como Adriano está se sentindo fora da seleção).

“Estou muito orgulhoso” (falando do fato de ser paranaense).
Fonte: Mauricio Stycer

Vinny Criado
@ Comunicação 775 Votuporanga